Hoje passei o dia todo em Peniche e especialmente no porto de pesca à procura de gaivotas. Em particular à procura de uma provável L. smithsonianus 1º inv. observada pelo Pedro Ramalho, o objectivo era encontrar o bicho e fotografar. O resultado foram muitas horas a olhar para os molhes, telhados e recantos do porto, mas nem sinal de castanhos-chocolate. Durante a manhã andavam várias hyperboreus, adultos, 1º inverno e um 2º inverno espalhadas pelo porto, espalhadas demais para ter uma noção de quantas seriam ao certo. Ouvi a Anthus petrosus num dos molhes e vários Larus marinus, pelo menos 4 1º inv e 2 adultos. Já no molhe leste encontrei outros observadores e no momento de conversa passaou uma Rissa tridactyla ad. que pousou no tão afamado "Caribean bird", o barco que alberga geralmente Garajaus, consegui ainda filmar um Adulto de L. hyperboreus num momento de "higiene pessoal". Depois de almoço voltei ao porto e passei a tarde a ver os molhes na companhia do Rui Caratão. Conseguimos chegar a um número da confusão de hyperboreus, concluímos 11 (7 adultos, 3 - 1º inv e 1- 2º inv.). Pousou ainda uma glaucoides mesmo à nossa frente e por momentos ainda pensei que fosse a Kumlieni que tem andado pelo porto, mas a ave era nitidamente mais clara, sem barra caudal e com primárias muito mais esbatidas, com um padrão que cai em Larus glaucoides glaucoides. Podem comparar com a L. glaucoides kumlieni aqui. Num dos molhes estava ainda uma ave que despertou a atenção, de cabeça clara, bico cinza e direiro e terciárias retidas, uma possível Larus cachinnans 1º inv?! O Rui tirou mais fotos, temos também observação da cauda e da janela das primárias, vamos tentar recolher mais opiniões e logo se verá se é possível chegar a uma identificação precisa. Caso se chegue, postaremos aqui o resultado e uma reflexão mais detalhada desta ave. Já ao final do dia encontrámos a Larus glaucoides kumlieni e uma Larus canus, 2º inverno.
Postado por: Helder Cardoso Em seguimento do influxo de Larus hyperboreus, parece-me interessante tentar perceber qual a zona de origem das mesmas, e porque é que só tem aparecido hyperboreus com poucas ou nenhumas glaucoides e as poucas que apareceram eram das populações mais ocidentais.
Penso que este influxo teve origem na costa norte do canada, com a Terra Nova e a Gronelândia a serem também possíveis. Ora isso é interessante porque diminuído as hipóteses de apareceram algumas espécies de gaivotas americanas, aumentam as possibilidades para duas das espécies mais desejadas pelos laurofilos nacionais, a Gaivota de Ross e a Gaivota-marfim, ambas as espécies já ocorram este inverno na costa ocidental da Irlanda, portanto estão aves deste lado do atlântico, só é preciso que desçam um pouco. para editar. Postado por: Pedro Ramalho No seguimento de observções um pouco por todo o país de Larus hyperboreus, durante a última semana chegaram a Peniche várias. Hoje de manhã encontrei 5, depois de um recorde de 7, encontradas pelo Pedro Ramalho, para logo ser batido, também hoje de manhã, pelo José Lima Santos que encontrou 9 inds. Postado por: Helder Cardoso
Hoje de manhã eu e o Pedro Ramalho juntámos-nos para mais uma contagem RAM no Cabo Carvoeiro. Com um vento muito pouco favorável para marinhas a manhã foi relativamente calma: 1 Gavia immer 13 Puffinus mauretanicus 1 Puffinus sp. (possível yelkouan) 550 Morus bassanus 2 Phalacrocorax aristotelis 15 Stercorarius skua 62 Alca torda 4 Uria/Alca sp. 1 Fratercula arctica 1 Chroicocephalus ridibundus No molhe-leste encontrámos dois Larus marinus 1º inv. Um deles bastante pequeno, não muito maior que as L. michahellis. Depois de visitarmos o molhe-leste, decidimos ir ver se as A. richardii estavam pelos campos da ETAR, detectámos dois inds, que apesar de não conseguirmos fotos, conseguimos uma gravação do típico chamamento.
Ao percorrermos o prado em busca das A. richardii, levantámos do chão duas Asio flammeus. Postado por: Helder Cardoso
Nesta terceira parte vão ser abordadas três das mais emblemáticas espécies do grupo e talvez as duas mais desejáveis. Abibe sociável Vanellus gregarius Esta espécie encontra-se em perigo de extinção devido a vários factores, é portanto algo surpreendente que até 2010 tenha havido 10 registos desta espécie em Portugal., No entanto alguns dos registos referem-se certamente a um único individuo que retornou à mesma área de invernada durante vários anos seguidos (ver nota 3). Sendo uma espécie asiática a ocorrência desta espécie em Portugal não é explicável com fenómenos meteorológicos. Os Abibes-sociáveis migram da sua zona de reprodução para a zona de invernada em bando, e ocasionalmente alguns indivíduos poderão ficar isolados juntando-se a bandos de Abibes (Vanellus vanellus) na sua migração para os locais de invernada destes. Este comportamento é típico em espécies que migram em bando como por exemplo os estorninhos, em que os Estorninhos-rosados (Pastor roseus) acompanham os Estorninhos-malhados (Sturnus vulgaris) até Portugal. A espécie deve ser procurada a partir de Outubro, em qualquer área onde ocorram Abibes, e dado que os bandos de Abibes em alimentação espalham-se por uma extensa área é preferível procurar por esta espécie quando um bando se desloca em voo ou quando está agrupado numa zona de descanso. A identificação da espécie não apresenta dificuldades, mas pode ser de difícil detecção num bando de Abibes em alimentação/descanso, porque a coloração castanha das aves invernantes é bastante críptica, mas em voo, as asas brancas e pretas que lembram uma Gaivota de Sabine chamam de imediato a atenção. Dado que é possível que um juvenil que inverne em Portugal retorne à mesma área nos anos seguintes, vale sempre a pena voltar no inverno seguinte para ver se a ave retornou. Pilrito-canela Tryngites subruficollis O pilrito-canela é uma pequena limícola americana que já foi observada nove vezes até 2009 em Portugal, no entanto desde 2009 foram vistos mais 8 indivíduos, ou seja em três anos quase que o número de ocorrências duplicou e para não variar apenas 1 dos registos homologados foi feito na parte norte do pais, e os restantes no Algarve. No entanto a tendência inverte-se com mais registos a serem feitos a norte do Tejo do que a sul do mesmo, a partir de 2009, reflectindo não só o crescente número de observadores nas regiões centro e norte, mas também a descoberta de novas zonas onde a sua ocorrência pode ser considerada expectável, nomeadamente a foz do Sizandro e uma zona de prado costeiro entre Peniche e o Baleal. No entanto o número de registos em Portugal é muito menor que o expectável. Em alguns anos, a espécie é muito frequente nas ilhas Britânicas, com a ocorrência ocasional de bandos com mais de uma dezena de indivíduos, e na vizinha Espanha em que é frequente o registo de mais de uma dezena de indivíduos por ano. Assim, comparando estas ocorrências com a situação Portuguesa em que só foram homologados nove, torna-se claro que muitas aves passam sem serem detectadas. Como para todas as espécies americanas o período de ocorrência está ligado à migração outonal, e centra-se em setembro podendo haver alguns registos em agosto e outubro. Esta espécie apresenta algumas dificuldades de identificação, já que à distancia pode ser confundida com uma fémea juvenil de Combatente (Philomachus pugnax), no entanto é mais pequena que esta, com um aspecto mais redondo, e uma cabeça onde se destacam os olhos que são muito grandes, o formato do bico muito característico, e em voo a ave é imediatamente identificável por não ter barra alar nem o branco na cauda. Esta espécie deve ser procurada no final de Agosto e em Setembro, principalmente em prados costeiros, campos de golfe e prados semi-alagados ou ainda nas margens de lagoas de água doce, sendo que a sua ocorrência em estuário é excepcional. Devem ser prospectadas especialmente as zonas costeiras onde costumam aparecer Tarambolas-douradas e onde na passagem primaveril os Maçaricos-galegos costumam descansar, note-se que devido ao seu pequeno tamanho, e coloração castanha esta espécie passa facilmente despercebida, mas se estiverem tarambolas presentes ela associasse a estas facilitando a sua detecção. Corredor Cursorius cursor Ao contrário das espécies anteriormente mencionadas, esta é africana, e é uma das espécies mais desejáveis e rara de encontrar-se em Portugal. Existem apenas 6 registos homologados, o último dos quais em 2001, no entanto na primavera de 2013 apareceram 2 aves. Por ser uma espécie africana o padrão de ocorrência é diferente, a maioria dos registos situam-se em Março com aves que ao retornar aos locais de reprodução no norte de Africa sofrem um fenómeno designado de “overshoot” ou seja a ave na sua migração passa sem parar pelo seu destino e basicamente segue em frente. Esta situação ocorre em condições climatéricas que condicionam o comportamento da ave fazendo com que voe mais rápido do que o normal como ventos de sul por exemplo, como é um migrador nocturno passa facilmente pelo alvo sem o “ver” vindo parar à europa. A identificação desta espécie não levanta dificuldades, uma vez que o seu modo de deslocação correndo com o corpo quase na vertical, parando para capturar uma presa, chama a atenção. Deve ser procurado em terrenos planos, com pouca vegetação, arenosos ou não, mas lisos para permitir que a ave corra, normalmente aparece em praias ou dunas mas também pode ser observada em áreas do interior. Apesar do melhor mês para a sua observação ser Março, qualquer altura durante a primavera em que ocorram ventos favoráveis pode funcionar, uma vez que aves que fizeram overshoot poderão tentar voltar para África e aparecer posteriormente em qualquer zona litoral. No ano de 2013, foi encontrada uma ave nas dunas de Alvor durante o mês de Março e em Maio apareceu uma outra ave na praia do Guincho, o que se enquadra numa ave a voltar. Nota 3: Alguns dos registos efectuados no estuário do Tejo em Pancas podem referir-se à mesma ave mesmo realizados em anos diferentes. Por outro lado, no inverno de 2000/2001 foi encontrado um juvenil em Dezembro de 2000 no Ludo, em Janeiro de 2001 foi feito outro registo para o mesmo local referindo-se também a um juvenil, sendo que estes dois registos, provavelmente, referem-se à mesma ave. 2000, 1-Dez a 3-Dez, Ludo, juv., M Mendes, J Pereira, P Palma, G Silva, R Tipper (Anuário 1) 2001, 20-Jan, Ludo, juv., N Fonseca (Anuário 1) É necessário algum cuidado ao analisar os registos aceites pelo CPR já que devido aos hiatos temporais com que as aves são observadas, é possível que uma ave invernante conste de dois registos como sendo uma ave diferente, o que na minha opinião é incorrecto, e como tal esta situação, a meu ver, necessita de ser revista. Postado por: Pedro Ramalho Na parte 1 foram abordadas as espécies de grasspipers que ocorrem em Portugal continental (nesta analise sempre que for referido Portugal é só a parte continental) e mais especialmente em Peniche, nesta 2ª parte vou falar sobre onde e quando procura-las e também porque é que em Portugal algumas são raridades quando noutros países da Europa também virados para o atlântico não o são. Qualquer observador que queira encontrar uma ave rara, deve estar muito atento aos recursos online, raramente uma ave “perde-se” sozinha, normalmente faz parte de um conjunto de aves que foram desviadas da rota migratória por um evento climatérico. No caso dos grasspipers as espécies americanas fazem uma migração ao longo da costa leste da América do norte até aos locais de invernada na América do sul, é muito frequente serem apanhadas por uma frente de baixas pressões em deslocação para leste, estas frentes que produzem quando chegam a Portugal chuva e ventos de oeste empurra à sua frente muitas migradoras, muitas delas irão parar aos Açores, outras à Irlanda, outras ainda ao norte da Península ibérica, por isso deve-se consultar regularmente os sites relevantes e se de repente começarem a chover limícolas americanas é altura de sair para o campo e encontrar algumas! Pilrito-de-colete Calidris melanotos Esta pequena limícola pouco maior que um pilrito-comum é a mais comum das espécies raras registadas em Portugal, com 26 registos aceites para Portugal até 2010 (ver nota 1), o elevado numero de ocorrências esta em linha com o que acontece nas ilhas britânicas, onde é tão regular que não é considerado uma raridade, em Portugal é actualmente anual, ou seja ocorre em media uma vez por ano, uma das razões para isso é que frequenta habitats mais tradicionais que outros grasspipers, como estuários e margens de lagoas interiores, ou seja frequenta locais mais visitados, para alem disso é uma espécie de fácil identificação, tal faz com que seja mais detectável que outras espécies. O período de ocorrência esta fortemente concentrado em Setembro e Outubro reflectindo o período migratório desta espécie para os locais de invernada a sul, embora esta espécie seja predominantemente americana, existe uma população na Sibéria que pode fazer a migração outonal para oeste, alguns dos registos em Espanha parecem encaixar nesta população. E como em tantas outras raridades a maioria dos registos foram feitos na parte sul do pais, do Tejo para baixo, isso reflecte em parte o numero de observadores mais elevado na zona da grande Lisboa e no Algarve mas também a maior quantidade de habitat disponível, o mesmo verifica-se para todos os outros grasspipers, no entanto esta situação é quanto a mim algo contra natura, seria de esperar que aves que acabaram de atravessar o atlântico fossem mais frequentes no norte e centro de Portugal do que no sul, e efectivamente os registos recentes parecem suportar essa tese, tendo a espécie a partir de 2008 sido detectada mais frequentemente a norte do Tejo. Esta espécie deve portanto ser procurada nas margens de lagoas de água doce, arrozais, salinas e prados alagados, em Setembro ou Outubro, ela pode estar associada com outros calidris nomeadamente Calidris alpina. Tarambola-dourada-americana (TDA) Pluvialis dominica A TDA é o equivalente americano da tarambola-dourada-europeia e tal como esta prefere terrenos secos. Foram homologados 13 registos até 2010 (ver nota 2), todos eles no centro e sul do pais, no entanto desde então a espécie foi detectada maioritariamente no centro e norte do pais, note-se que os registos a norte do Mondego foram feitos à posteriori com base em fotos publicadas na internet e que tinham sido identificadas tanto como Tarambola-cinzenta (TC) ou Tarambola-dourada-europeia (TDE), isso leva-me a crer que a espécie é mais regular do que o numero de registos leva a crer e que está simplesmente a passar despercebida, tal como a espécie anterior ela é muito frequente nas ilhas Britânicas, mas ao contrario do Pilrito-de-colete é de difícil detecção. A melhor altura para procurar esta ave é em Setembro e Outubro, em prados costeiros que sejam frequentados por TDE mas também em estuários em zonas de lama, pode também ocorrer em arrozais e margens de lagoas/albufeiras. O principal ponto referente a esta espécie é a sua identificação, os observadores tem que primeiro identifica-la com pertencendo ao par TDA/TDS e depois eliminar a hipótese de ser uma Tarambola-dourada-siberiana (TDS), muito mais rara mas passível de ocorrer nos mesmos locais e alturas do ano, não é possível abordar aqui a separação entre a TDA e a TDS, mas para separar a TDA das outras duas ficam aqui alguns apontamentos: Separar a TDA da TC: A TC é uma espécie tipicamente estuarina que se alimenta em zonas de lama, a TDA prefere pastagens e campos alagados tal como a TDE mas indivíduos isolados podem ocorrer junto das TC. A primeira coisa a reparar é na estrutura, a TDA é muito mais pequena que a TC com um bico muito mais fino e curto, e um aspecto muito mais elegante, para alem disso a TC não tem qualquer dourado na plumagem em nenhuma fase do seu ciclo de vida, qualquer ave com aspecto cinzento mas com algum dourado na plumagem é automaticamente suspeita, a TC tem preto nas axilas por isso qualquer ave suspeita deverá apresentar branco na parte inferior da asa se for TDE ou castanho creme se for TDA. Separar a TDA da TDE: Para separar a TDA da TDE um dos pontos mais importante é que ao contrário do que o nome sugere a tarambola-dourada-americana não é realmente dourada, ou melhor não o é nas plumagem que ocorrem mais frequentemente em Portugal, assim qualquer tarambola-dourada que em comparação directa com outras tarambolas douradas pareça menos dourada, com um supercilio branco muito forte, e seja de menor tamanho e de estrutura mais delicada deve ser observada com muita atenção, até que a parte inferior da asa seja mostrada, na TDA a mesma é acastanhada na TDE é branca. Os adultos que aparecem em Portugal no período pós-nupcial estão normalmente em muda e são muito escuros com um aspecto a lembrar mais uma TC mas com algumas penas douradas no manto e o preto nas partes inferiores a estender-se até as subcaudais. Os juvenis são mais castanhos que uma TDA com a coroa a ser a zona mais dourada, em comparação directa com as TDA o menor tamanho, estrutura delicada e coloração castanha salta á vista. Qualquer tarambola isolada é suspeita! Todas as tarambolas são aves de bando que migram em bando, uma ave isolada está por definição perdida, e deve ser verificada com atenção. A parte três será sobre o Corredor e o Pilrito-canela Nota 1: Embora o Comité Português de Raridades (CPR) tenha homologado 26 registos tal trata-se provavelmente de um erro, isto porque dois dos registos homologados referem-se possivelmente à mesma ave:
1998, 2-Out, Ria de Alvor, M Bolton (Pardela 11) 1998, 4-Out, Ria de Alvor, C Beale (Anuário 1) Ou seja, em Outubro de 1998 na Ria de Alvor foram vistos com um intervalo de dois dias indivíduos desta espécie, é difícil de acreditar que se tratassem de dois indivíduos diferentes, é mais provável que dada a diferença na data de publicação os dois registos tenham sido submetidos em anos diferentes e não se tenha verificado se se podia tratar de uma ave de um registo anterior. Nota 2: Foram publicados como estando homologados pelo CPR 13 registos, no entanto no anuário 7 são contabilizados apenas 11, o problema é que no anuário 3 aparecem 7 registos contabilizados quando deveriam ser 9, esses dois registos “perdidos” nunca mais voltaram a ser contabilizados. Postado por: Pedro Ramalho Bom, ontem á noite o meu colega de fórum convenceu-me a ir espreitar o mar a Peniche, não me estava propriamente a apetecer levantar cedo, mas estou preocupado com uma questão relacionado com a argentatus de ontem, e pensei aproveitar a boleia para dar uma segunda olhada á ave.
O dia não começou bem porque sai de casa sem as chaves o que me forçou a levantar a minha muito querida e compreensiva esposada cama para me abrir a porta… depois desta pequena asneira da minha parte as coisas animaram. Quando chegamos logo se tornou evidente que a passagem de tordas estava a ser monumental, no entanto no início tive um problema, tendo passado o inverno com o meu swarovski x60 passar a usar o meu fiel Nikon ED50 x30 foi um choque, as alcas pareciam-me todas minúsculas, via papagaios por todo o lado até começar a fazer os ajustes. A passagem de Tordas para sul continuou durante a hora e meia que permanecemos nos remédios tendo passado mais de 1200 Tordas, entretanto o Hélder estava on fire tendo encontrado 1 Gavia sp que passou demasiado longe para garantir mas que era provavelmente uma immer, 4 papagaios-do-mar e 1 Airo, eu pelo meu lado vi rissas. nada mal certo? Outro dos pontos altos do dia foi uma jangada mista com tordas e pardelas-baleares coisa que nunca tinha visto, e que estava muito perto donde estávamos. Aguentamos um pouco na expectativa do Alle alle mas a tentação das gaivotas foi mais forte e fomos ao porto o que se veio a revelar um erro, não estavam quase gaivotas nenhumas e não vimos nada de especial, se tivéssemos ficado nos remédios podíamos ter congelado mas o Alle alle podia ter aparecido… enfim fica para a próxima. Está será provavelmente a ultima vez deste inverno em que só passam invernantes, as migratórias estarão em breve a passar… Patos-fusco, será desta? Tordas 1200 Papagaios-do-mar 4 Airo 1 Gavia sp 1 Pardelas-baleares 50 Postado por: Pedro Ramalho Ontem encontrei em Peniche, perto do porto, uma Gavia immer, este ind, ao que parece já tinha sido observado por outros observadores. Comparativamente com a ave observada em 28 de Novembro de 2012, este ind, apresenta uma plumagem de adulto ou 3cy não nupcial. De acordo com Baker (1993), os juvenis fazem uma muda parcial no final do Inverno, confinada à cabeça, corpo, cauda e coberturas internas na asa. A muda começa em Fevereiro e pode estender-se até Junho. De acordo com Jonsson & Tysse (1992) in Byrkjedal, I, (2011), os juvenis retêm grande parte da coloração de juvenil , na cabeça, conservando a linha difusa entre o preto e o branco. A ave de hoje, ainda que longe foi possível observar que não apresentava qualquer cobertura barrada típica de Juvenis, o que a 18 de Fevereiro ainda se esperaria algumas coberturas por mudar, apresenta também um bom contraste entre a linha do branco e preto na cabeça. Seria necessário uma observação mais próxima para averiguar qual a idade exacta da ave, pelo que uma ave de 3cy não pode ser excluída. Contudo creio que é possível afirmar com alguma segurança que se trata de um ind. diferente do dia 28 de Novembro. Um dado interessante e que pode manter esta ave por perto, é o facto de poder estar a fazer uma muda completa e simultânea das primárias, muda esta que a deixa incapacitada de voar. (Baker 1993). Não consegui observar se a ave estava em muda ou não, o vento forte, a ondulação e a distância, tornavam muito difícil a sua observação. Postado por: Helder Cardoso; Fotos: Helder Cardoso
Hoje, voltei a relocalizar uma das Regulus regulus que estavam na serra da Columbeira, consegui estas fotos, apesar da luz pobre. Postado por: Helder Cardoso; Fotos: Helder Cardoso
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