2013 prometia ser um bom ano, a nível de invernantes foi um dos melhores de sempre, com os alcídeos e as gavias a darem espectáculo e sendo verdade que não apareceu nenhuma gaivota Mega, apareceram varias interessantes, no global foi um bom inverno.
Mas a passagem 2013 tem sido uma autentica seca, por incrível que pareça ainda só vi um Moleiro-parasitico e de pomarinus nem sinal, o vento esteve de norte quando deveria estar de oeste ou de leste, e quando deu vento de leste foi na altura errada com chuva á mistura… enfim um horror.
Mas a semana passada as coisas compuseram-se, na quinta-feira insisti nos moleiros, e apesar do vento forte e de oeste vi logo que ia ficar a zero, não estavam a passar sternas e quando não passam sternas não passam moleiros. Alem de que estava a chover e estava frio, portanto, era cedo, estava um vendaval, a chover e ainda por cima estava frio, via-se logo que estávamos em Março…
Mas eis que então vejo avançar contra o vento uma figura preta, branca e cinzenta, um adulto de Gaivota de Sabine, esta espécie é para mim uma espécie mítica, embora já tenha vistas varias tanto a partir da costa como em pelágicas:
As espécies marítimas que ocorrem em Portugal podem ser divididas em 3 grupos:
Costeiras: Espécies como a Cagarra e a Pardela-balear, que ocorrem sempre junto à costa e são fáceis de ver.
Mistas: Espécies que ocorrem a alguma distancia da costa e precisam de tempo favorável para serem vistas, moleiro-parasítico, pardela-de-barrete e pardela-preta
Pelágicas: As espécies em que é preciso um temporal para passarem junto á costa, dessas varias são raridades não porque sejam de facto raras mas sim porque existem poucos registos das mesmas, a Sabine é uma delas.
Por ser tão difícil de ver a partir de terra é sempre bom sinal quando aparece uma delas, infelizmente não foi o caso desta vez, para além da sabine pouco passou, no entanto na sexta feira seguinte estavam a passar almas-de-mestre ao largo do porto de Peniche, como sinal é excelente, mas será que se vai repetir o evento de Junho de 2010?
Postado por
Pedro Ramalho